FLUIR!!!

Momento reflexão no blog. Texto antigo pros novos visitantes!!! Foi escrito ano passado em algum momento X da minha vida, em algum dia Y do ano, em algum horário Z do dia.  

Definição:

v.i. Correr em estado líquido: as águas fluem calmas.

• Fig. Derivar, proceder.

• Correr, passar, circular: o tempo flui, o trânsito flui.

O tempo flui, o trânsito flui, eu fluo, tu fluis, ele flui, nós fluímos, vós fluís, eles fluem.

Se não fluímos, deveríamos fluir. Deixar fluir e ser fluido.

Essa é a reflexão do mês. Por que passamos a vida bloqueando os caminhos? Por que condensamos nossa vida, enquanto tudo está fluindo? A minha resposta? Medo. Não consigo nem contar quantas vezes eu precipitei os resultados. As coisas podem mesmo não dar certo, tem sempre 50 % de chance, mas nunca vou saber se não tentar, se não deixar fluir. E se der errado? É só deixar fluir pelos caminhos abertos, como a água, correr por outras estradas, porque a vida e o tempo fluem rápido demais para ficarmos estagnados em um ponto que não deu certo.

Recentemente tive contato com o Budismo tibetano, e encontrei alguns conceitos que estão mudando minha visão sobre os acontecimentos na minha vida e no mundo, já que somos um microcosmo dentro do macrocosmo, e tudo que acontece lá, acontece cá.

O conceito: Desapego! Primeiro o apego que temos ao sofrimento. Claro que todos sofrem. Uns mais, outros menos, o fato é: TODOS nós sofremos e isso não tem fim. O conselho é não se apegar ao sofrimento, é sair de um pra entrar em outro (risos). Viver é difícil mesmo, quem falou que seria fácil?

Relendo esse trecho penso que vocês podem me julgar deprimida, não no sentido patológico, mas como alguém que entrou em contato com a tristeza. Isso é uma inverdade, desde que tomei consciência deste fato, viver tem sido mais fácil, mais leve.

Outra idéia questionada pelo Budismo é a idéia da permanência. Quando percebemos que nada é pra sempre, que hoje tudo o que você tem e tudo o que você é, amanhã pode não ser mais, fluir se torna possível. Impermanente não quer dizer que hoje existe e amanhã não existirá mais, e sim que amanhã pode estar diferente, porque tudo e todos estão em contínua transformação.

Como dançarina e fisioterapeuta, tenho a estranha mania de transcrever tudo que penso para meu corpo. Como fisioterapeuta, usarei a respiração para exemplificar a importância de fluir. Tente respirar sem fluência e verás o que acontece ao seu corpo. Bloqueio da caixa torácica, encurtamentos, alteração postural e dores. Como dançarina, e tendo como base da dança o movimento, vou usar os conceitos de Rudlf Laban. Para Laban existem quatro fatores que dão qualidade ao movimento, são eles: força, tempo, espaço e FLUÊNCIA (fluência livre ou fluência controlada). O recém nascido vivencia a fluência livre, e assim vai juntando as sensações para construir sua unidade, e aos poucos entramos em contato com a fluência controlada, chegando à imobilidade, o máximo da fluência controlada. É claro que vivenciar a imobilidade é importante, até porque conhecer a imobilidade nos faz entender melhor a mobilidade, mas no momento quero ser um recém nascido. Fluir livremente.

Quer saber, não importa como meu amigo, o negócio é FLUIR.